sexta-feira, 17 de julho de 2009

Tatoo MaNiAh





Algumas são sexy. Outras têm estilo e um certo ar de rebeldia. Há também as agressivas, fortes, marcantes. Em uma ou várias partes do corpo. As tatuagens estão na moda. E fazem a cabeça de gente de todo tipo. Tem homem engravatado com unicórnio tatuado nas costas. Do tipo dois em um: sério durante o dia, descolado depois das 19h. Tem mulher quietinha, do tipo calada, com serpentes escondidas na nuca e na virilha. Um detalhe para lá de fatal. Capaz de enlouquecer muito marmanjo.
Admirar tatuagens é uma coisa. Fazer, outra totalmente diferente. Principalmente porque tatoos são para sempre. E esse papo de que dá para tirar com laser é uma meia verdade. ‘‘Sempre fica uma marca na pele, como uma sombra ou cicatriz’’, explica Ana Maria Costa, dermatologista e professora da faculdade de Medicina da Universidade de Brasilia. Além disso, se livrar de uma tatuagem custa pelo menos 20 vezes mais que fazer. Por isso, especialistas e tatuadores são enfáticos. Só faça uma quando tiver certeza de não se arrepender. Nem agora nem daqui a trinta anos, quando for um(a) velhinho(a) respeitável.
Tomada a decisão, é preciso juntar coragem para enfrentar as agulhas do tatuador e o medo de ficar doente. Para desenhar uma florzinha menor que uma moeda, são necessárias mais de cem agulhadas. E elas doem. Doem muito. Principalmente na nuca, coluna, virilha e partes internas do braço. E nem pense que o incômodo termina quando se levanta da cadeira. A cicatrização leva cerca de 15 dias. E exige cuidados (leia quadro).
Fazer uma tatuagem também envolve riscos. De saúde e morais. Se o tatuador for ruim, aquele cavalo marinho belíssimo pode ficar parecido com um esqueleto. E a boca de Mick Jagger (vocalista dos Rolling Stones) igual a uma marquinha do beijo da Xuxa. Sem falar que uma agulha ou tinta contaminada é capaz de transmitir doenças como hepatite C e Aids. Portanto, informe-se muito bem sobre as maneiras de prevenir problemas com a tatuagem. E lembre-se de que sempre existe a opção de fazer uma temporária. Só para tirar onda.
Para os menores de idade fica o lembrete: tatuagem só com a autorização dos pais. Karina Balduíno, 24 anos, já passou por isso. Aos 15 anos, ela tatuou uma orquídea nas costas. Para tanto, precisou do aval da mãe, que foi com ela escolher o desenho. Ano passado, já dona do próprio nariz, fez outra tatuagem na virilha. Dessa vez, um tubarão martelo preto. Para 2002, pretende fazer outras duas. Um símbolo japonês nas costas e um dragão no calcanhar. ‘‘Eu acho lindo e tenho certeza de que não vou me arrepender’’, constata.

Sem preconceito
Com adeptos de tantas idades e gostos, a tatuagem já perdeu há muito tempo o rótulo de marginalidade. Há vinte anos, o veredicto era certo. Quem via um jovem com desenhos no corpo logo pensava: esse aí dá trabalho. ‘‘Olha, minha filha, esse seu namorado tem um dragão no braço. Aposto que usa droga’’, diziam as mães, apavoradas. ‘‘Sei não filhão, mas essa sua namoradinha tatuada não é moça para casar’’, rotulavam os machões.
O panorama, hoje, é bem diferente. Certas tatuagens deixam as pessoas intrigadas, atraídas. Especialmente aquelas mais discretas. Mas o preconceito ainda existe. Principalmente no ambiente de trabalho. ‘‘É melhor evitar polêmica’’, diz Carla Rocha, 28 anos, moradora da Asa Sul. Ela tem uma borboleta vermelha nas costas, por isso só trabalha de camisa fechada. ‘‘Não sei o que os alunos iriam pensar’’, diz a moça, que ensina português em uma escola particular do Cruzeiro.

CURIOSIDADES
A palavra tatuagem vem da palavra ‘‘tatu’’, que significa ‘‘desenho na pele’’, para os habitantes do Taiti. Esse povo, segundo os livros de história, foi o primeiro a tatuar o corpo permanentemente. A tatuagem foi difundida em outros países a partir de 1779, quando o explorado inglês James Cook desembarcou no Taiti (Polinésia)

Até meados do século XIV tatuagens eram utilizadas apenas por marinheiros, militares, boxeadores e criminosos. Daí o preconceito que persiste até hoje (embora de maneira mais suave) contra quem tem desenhos no corpo

A música Menino do Rio, de Caetano Veloso, ajudou a difundir a moda da tatuagem entre os jovens brasileiros no início da década de 80. A música — que fala de um ‘‘dragão tatuado no braço’’ — foi inspirada no surfista José Arthur Machado (1956-1989), o Petit




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